O distrito de Serinhaém se estendia ao sul do Rio Pirassinunga até o Norte do Rio Marcoype, e está perfeitamente extremado com marcos e pedras fincadas. A este distrito pertence uma parte da freguesia de Ipojuca desde os currais de Marcaype, compreendendo os engenhos de Francisco Soares Cunha e de Miguel Fernandes de Sá, e a freguesia de Una. No distrito existia a cidade chamada Vila Formosa de Serinhaém e a povoação de São Gonçalo de Una, além de alguns outros lugarejos.
Quando os holandeses invadiram Pernambucano existiam 18 engenhos em Serinhaém sendo que 11 se encontravam de fogo morto e 07 foram confiscado pela Companhia das Índias Ocidentais e depois vendido a pessoas que ficaram do lado dos invasores ou para membros do staff holandês.
História e Proprietários
Nomes históricos: Tapiiruçû (Tapicuru; Taperosu; Tapicuru; Taipuçu; Itapuruçu), Tapicuru de Cima (Tapiiruçú di Riba, Tapiruçu de Cima), Ubaca de Cima, Nossa Senhora da Ajuda. Nome atual: Ubaca de Cima.
Engenho fundado por Álvaro Fragoso Toscano, sob a invocação de Nossa Senhora da Ajuda, mas sem igreja. Sua moenda era movida à água e ficava localizado na margem direita do Rio Tapiruçu, sob a jurisdição da Vila Formosa de Serinhaém.
Álvaro Fragoso Toscano (Gaspar Fragoso) – Natural de Portugal. Falecido antes de 1614. Filho de Álvaro Fragoso e de (?).
Curiosidades: Álvaro Fragoso comprou a D. Antônia de Albuquerque, filha de Jerônimo de Albuquerque, o Torto, a sua parte na herança de seu pai, que lhe coube na 01 légua de terra de em Capibaribe (Sesmaria que Jerônimo de Albuquerque deixou para os filhos perfilhados), no Rio Cedros. Esta terra ía do dito Rio até o mar, formada de ilhas e mangues.
Casamento 01: D Joanna de Albuquerque, filha perfilhada de Jerônimo de Albuquerque e de D. Maria do Espírito Santo Arcoverde. Falecida em 31/05/1614, sendo sepultada na Igreja do Convento da Ordem de São Francisco de Olinda, deixando em seu testamento uma instituição no altar de Nossa Senhora do Rosário da Matriz de 100 missas pela alma de seu marido e vário outros legados, cujo cumprimento nomeou como testamenteiros seus filhos.
Filhos: Jerônimo Fragoso de Albuquerque casou em Portugal com D. Ignez Silva Menezes; Gregório Fragoso de Albuquerque, como Capitão de Infantaria participou da expulsão dos franceses do Maranhão com seu tio Jerônimo de Albuquerque Maranhão, e lá faleceu solteiro; Brites de Albuquerque c.c. o Paulo Gomes de Lemos, Desembargador do Paço; Álvaro Fragoso de Albuquerque (eng. Tapirucú de Baixo Nossa Senhora do Rosário, Ubaca de Cima (Waca)/Sirinhaém) c.c. sua prima D. Maria de Albuquerque, c.g. Álvaro Fragoso foi Capitão-mor e Alcaide-mor de Serinhaém.
Senhor dos engenhos: Jaguaré/Serinhaém; Tapirucú de Baixo Nossa Senhora do Rosário, Ubaca de Cima (Waca)/Sirinhaém
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais de 1903, vol 25; 1925 Vol 47; 1926 Vol 48
No princípio do século XXVII uma parte do engenho Ubaca de Cima foi vendida a Guiterres(nada foi encontrado) pelo valor de por 50.000 cruzados, sendo que 25.000 cruzados foram dados à vista e o restante seria pago em Pernambuco, com mediação feita pelo Conde de Alegrete, Mathias de Albuquerque, que era primo de Jerônimo. Essa venda foi feita por ter seu filho Jerônimo Fragoso de Albuquerque que, residia em Portugal, casado com D. Ignez Silva Menezes (com geração), filha legítima de um Conde da Casa de Silva e Menezes e precisava de dinheiro para viver na Corte. O, , foi intermediador do conflito gerado. Para que o casal continuasse viver na Corte foi necessário vender o eng. Ubaca de Cima ao Guiterres (nada foi encontrado), Jerônimo retornou ao Brasil onde exerceu o cargo de Governador do Maranhão e vindo rever seus parentes em Pernambuco onde exerceu o cargo de Almoxarife, recebendo 7.000 cruzados de suas alfaias, e onde veio a falecer.
O próximo herdeiro do engenho Ubaca de Cima foi Álvaro Fragoso de Albuquerque .
Álvaro Fragoso de Albuquerque – Filho de Álvaro Fragoso Toscano e de D. Joanna de Albuquerque. Neto materno de Jerônimo de Albuquerque, o Torto, e de D. Maria do Espírito Santo Arcoverde. Viveu no tempo da invasão holandesa onde lutou na guerra contra os invasores com honra, valor e reputação. Capitão-mor de Serinhaém (1645). Alcaide-mor. Governou Tamandaré. Faleceu logo depois da Restauração Pernambucana, segundo a Provisão de Alcaide-mor passada em 1656, ao Mestre de Campo Antônio Dias Cardoso.
Casamento 01: D. Maria de Albuquerque, primos. Filha de Damião Gonçalves de Carvalhosa, de família nobre portuguesa, e de D. Simoa de Albuquerque, filha perfilhada de Jerônimo de Albuquerque (o Torto) com uma mulher branca. Nota: D. Simoa foi casada em 2ª núpcias com Jorge Teixeira, que vivia em Olinda no ano de 1584), com geração nos dois casamentos.
Filhos: Pedro Fragoso de Albuquerque c.c. D. Catharina Gomes de Abreu, c.g.; Álvaro Fragoso de Albuquerque c.c. D. Anna Cavalcante, viúva de João Cavalcante, o Bom (eng. Camorim), c.g.; Gregório Fragoso de Albuquerque; Jerônimo Fragoso de Albuquerque c.c. sua prima D. Isabel Cavalcante de Albuquerque, c.g; Simoa de Albuquerque segunda esposa (1662) de João Cavalcante (o Bom, eng. Santo Antônio do Camorim) c.g.; Maria de Albuquerque segunda esposa de João Barbosa Espinele, s.g.;
Senhor do engenho Tapirucú de Baixo Nossa Senhora do Rosário, Ubaca de Cima (Waca)/Sirinhaém
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais de 1926 Vol 48
Segundo o Relatório de Schott (1636), quando os holandeses invadiram Pernambuco o engenho Tapiruçu pertencia Pedro Fragoso de Albuquerque.
Pedro Fragoso de Albuquerque – Filho de Álvaro Fragoso Toscano e de D. Maria de Albuquerque. Capitão de Infantaria no princípio da invasão holandesa. Em torno de 1635 abandonou sua propriedade e fugiu de Pernambuco.
Casamento 01: Catarina Gomes de Abreu, filha do Capitão Lopes Filgueira, neta paterna de um galego fidalgo e irmão da esposa do Tenente General Antônio de Freitas da Silva.
Filhos: Álvaro Fragoso de Albuquerque c.c. Anna de Bulhões, filha do Sargento de Infantaria da Paraíba e Cavaleiro da Ordem de Cristo, Martinho de Bulhões e de (?), c.g.; João Fragoso de Albuquerque c.c. sua prima irmã de seu cunhado Duarte de Albuquerque Cavalcanti; Pedro de Albuquerque c.c. (?), s.g.; D. Catharina de Albuquerque c.c. Duarte de Albuquerque Cavalcanti, c.g; D. Dimiana de Albuquerque c.c. Antônio de Albuquerque Cavalcante;
Senhor do engenho Tapirucú de Cima/Sirinhaém, Ubaca de Cima (Waca)/Sirinhaém
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais de 1926 Vol 48
O engenho foi citado nos mapa: IBGE Geocódigo 2604204 Sirinhaem-PE e Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve - plotado como engenho, Tapiiruçû, no vale do Rio Tapiruçû.
Segundo o Relatório de Schott (1636) o engenho Ubaca de Cima (Waca)/Sirinhaém ficava situado a duas milhas ao oeste de Serinhaém e suas canas eram plantadas numa várzea; moía com água e anualmente podia fornecer 6.000 a 7.000 arrobas de açúcar, pagando 02 arrobas de açúcar de varredura de recognição. A casa de purgar era de taipa, e o telhado os holandeses encontraram em muitos lugares desmoronados. Nela foram encontradas 20 caixas de açúcar mascavado pertencentes a Antônio de Carvalho, residente em Portugal; 20 caixas de açúcar branco pertencentes a Pedro da Cunha que foi aprisionado no Arraial e cujas caixas foram enviadas provisoriamente por conta da Companhia; 04 caixas de açúcar branco e 19 caixas de açúcar mascavado, também enviadas para a Companhia; 442 fôrmas das quais não recebemos qualquer conta; 2 caldeiras grandes que tinham sido lançadas ao rio, de que um certo Pedro Afonso deve dar conta.
Por causa de sua ausência de Pedro Fragoso de Albuquerque, seu engenho foi confiscado pela Companhia das Índias Ociedentais e vendido a Willem Placard. (Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638)
Willem Placard – (nada mais foi encontrado)
Senhor dos engenhos: Tapirucú De Cima/Sirinhaém, Ubaca De Cima (Waca)/Sirinhaém
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais de 1926 Vol
Johames Nieuhof, José Honório Rodrigues, Moracir Nascimento Vasconcelos. Memorável viagem marítima e terrestre ao Brasil. Pág. 87. Livraria Martins, 1682.
www.delanocarvalho.com
Em 1640, segundo Dussen, o engenho pertencia a Daniel de Haen. O partido da fazenda tinha 12 tarefas e seus lavradores eram: D. Maria com 25 tarefas, Heindrick de Orgel com 12 tarefas, Mateus Vaz com 20 tarefas.
Daniel de Haen – (nada mais foi encontrado)
Senhor dos engenhos: Rio Formoso/Serinhaém; Tapirucú de Cima/Sirinhaém, Ubaca de Cima (Waca)/Sirinhaém
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais de 1926 Vol 48
Após a Restauração Pernambucana o engenho pertencia a Felippe Fragoso de Albuquerque.
Fellipe Fragoso de Albuquerque – Filho de Pedro Fragoso de Albuquerque e de Catarina Gomes de Abreu.
Casamento 01: D. Isabel Cavalcante, irmã do Sargento-mor João Cavalcante (eng. Santana).
Filhos: Jerônimo Cavalcante de Albuquerque; Felipe Fragoso de Albuquerque; Theodosia Cavalcante de Albuquerque.
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais de 1926 Vol 48
No fim do século XVII o proprietário do engenho era João de Nobalhas Urreya (Corrêa).
João de Nobalhas Urreya (Corrêa) – Nasceu em Ipojuca na metade do século XVII. Filho de Manoel de Nobalhas e Urreya, nobre espanhol que chegou a Pernambuco antes dos holandeses, e de D. Anna da Costa. Irmão da Misericórdia em 28/04/1667. Capitão. Seu testamento celebrado em 13/04/1708, instituiu como herdeira universal a Igreja Nossa Senhora do Carmo do Convento da Reforma do Recife, depois de satisfeitos os legados, esmolas e dívidas, constante tudo do referido instrumento, como ainda dispôs o seguinte com relação ao referido altar: “Declaro que se entregue ao R. P. Prior da Reforma de Nossa Senhora do Carmo do Recife 6.000 cruzados, para que corra por sua conta mandar fazer uma capela na igreja que estão fazendo, a qual será de São João Batista e Nossa Senhora da Conceição, com um carneiro, e todos os mais paramentos necessários, e feira a capela se trasladarão os meus ossos para o carneiro dela; e neste dia me farão os religiosos um ofício de cantochão e me dirão todos os religiosos do dito convento que se acharem presentes missas pela minha alma”.
Efetivamente foram cumpridas aquelas disposições, e concluído o carneiro, em frente ao altar, realizou-se o ato de trasladação dos restos mortais do capitão João de Nobalhas Urreya, da sua sepultura da sacristia da igreja, entre as dos religiosos, como pedira, e no qual ainda se conservam. Para a celebração de uma missa cotidiana em sua intenção, legou ele, separadamente do remanescente dos seus bens seis mil cruzados. Entre os seus bens legados ao convento que vem a propriedade do engenho Ubaca, situado em Sirinhaém, de cujas terras se tirou uma parte em que foi levantado o engenho Jardim do Carmelo.
Casamento 01: Joanna da Câmara de Albuquerque, filha de Mathias de Albuquerque e de D. Isabel da Câmara.
Casamento 02: Luzia de Mello que depois de viúva casou Manoel de Nobalhas e Urreya (s.g.), sobrinho do seu primeiro marido.
Filhos do 1º casamento: João de Nobalhas Urreya; Francisco de Nobalhas Urreya; D. Maria de Nobalhas, falecida solteira.
Senhor dos engenhos: Sibiró; Tapirucú de Cima/Sirinhaém, Ubaca de Cima (Waca)/Sirinhaém
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana.
O engenho Ubaca foi doado a Igreja Nossa Senhora do Carmo do Convento da Reforma do Recife pelo capitão João de Nobalhos Urreya em 1713, por disposição testamentária, como vimos, além das terras da sua antiga situação, cuja área é desconhecida, teve depois um acréscimo de mais quatro e meia léguas em quadro, sendo duas conferidas ao referido Capitão por carta de sesmaria do governador Aires de Sousa Castro, lavrada em 27/08/1678, — pelo rio Tapirussu acima, nas cabeceiras do dito seu engenho, fazendo rumo como melhor lhe conviesse, — e das quais tomou posse judicial a 5 de outubro do mesmo ano; uma légua situada na ribeira de Itaquiutuba, comprada por 85(000 pelo mesmo capitão a Antônio Nogueira de Barros e sua mulher Maria de Amil, por escritura lavrada em Olinda a 0l/12/1682; uma e meia légua comprada pelos religiosos a D. Luíza Dionísia da Conceição e Melo e sua irmã D. Antônia Maria de Jesus e Barros, por 300$000, tendo por limites, segundo a competente escritura lavrada na vila do Recife a 25 de maio de 1781 — pela parte do Nascente com terras do engenho Ubaca de cima, da parte do Norte com as do Capitão Manuel Carneiro de São Paio, e da parte do Sul com as do engenho Jaguaru.
Dispondo assim o engenho de tão avultadas terras, os religiosos resolveram levantar mais outro no trecho denominadoengenho Taitiúga, depois engenho Santo Elias, onde houvera já um engenho com a mesma denominação, como se vê da competente escritura lavrada em 03/07/1838.
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